A nível do teu trabalho que mais te seduz?
O que mais me seduz no meu trabalho, não é de facto a solução encontrada para cada desafio. Mas sim, a paixão com que o cliente empenha o trabalho realizado e se orgulha do mesmo. O sucesso do projecto é iniciado no cliente, tudo o resto é resultante dele próprio.
Acima de tudo agrada-me que o cliente olhe para o projecto, se identifique, e o utilize. Para mim um projecto que não passa das ideias ou que fica na gaveta depois, é um mau projecto, significa que a solução não agradou ao cliente ou não foi a mais satisfatória.
Lógica ou técnica?
Mais do que a técnica, o importante no design é a lógica. A forma como interpretamos cada desafio pode necessitar de mais ou menos técnica, no entanto, se com a nossa solução não conseguirmos contar uma história e dar um sentido funcional ao que nos foi pedido, então o projecto nunca funcionará.
Se tivesses de caracterizar o teu trabalho numa palavra, qual seria?
Poderia ser originalidade, criatividade, empenho…tantas. No entanto a palavra que escolho é empreendedorismo, pelas ideias que tenho para desenvolver novos projectos e os fazer funcionar, tanto para mim como para os clientes para quem trabalho.
Que áreas tens mais interesse para além do design de comunicação?
Um dos aspectos que mais me agrada na minha área, é a forma como ela se interliga a outras áreas. Mais do que o design gráfico, o designer de comunicação tem de saber, claro está, comunicar seja qual for o suporte. Deste modo tenho especial apresso e interesse por eventos, moda, decoração, vitrinismo, visual merchandising e styling.
De onde veio a tua paixão pelo Video Mapping?
A história é caricata. Eu desde sempre que tinha na cabeça que seria Designer Gráfico, convicto disto até ao ia em que na faculdade tive uma cadeira chamada Multimédia…e aquela aula mudou tudo. A adaptação do vídeo ao objecto/edifício, o tipo de grafismos projetados, e ainda as potencialidades que vi no Video Mapping para com o Design de Comunicação…seduziu-me tudo isto. No mestrado decidi então que a minha tese seria sobre “O Video Mapping como ferramenta para o Design de Comunicação”, durante este processo aprendi a técnica e teoria do Video Mapping, tornei-me VJ e conheci gente muito diferente, ao ponto de criar aquela que viria a ser a primeira comunidade de VJs de Portugal (mas os apoios em Portugal para este tipo de projectos…)
Ao fim de todo este tempo, em 2016 entrei no OCUBO, um atelier apenas dedicado ao Video Mapping, onde tive oportunidade de entender a complexidade do processo de produção de um projecto destes, mas também oportunidade de realizar direcção artística de alguns filmes.
Esta será sempre mais uma ferramenta para mim em muitas situações.
Em que tipo de ambiente mais te agrada trabalhar?
Trabalhando eu desde 2008, pude já experimentar ambientes muito diferentes. Desde agências a ateliers, ao meu trabalho solitário como freelancer… Enfim, ambientes muito diferentes. Assim de tudo prefiro o trabalho em equipa, a partilha, a ajuda, ao invés do trabalho solitário em casa ou numa empresa em que nada exista para alimentar a minha criatividade.
Fora isso, considero um plus uma boa máquina de café sempre disponível, um ambiente descontraído e animado, música e claro, encontrar-me rodeado de pessoas criativas e genuínas.
Artes finais, o que sabes fazer?
Ao longo da minha experiência com clientes e fornecedores, e claro, também pelo meu percurso académico e os professores que tive, aprendi a realizar diferentes tipos de artes finais. As tradicionais, com formato, miras, acabamentos, cortantes… Mas também as artes finais de marcas/logos: organização de ficheiros com o respectivo sistema de cor, conversões, versões…
Experiência em Design e Produção de Eventos tens?
Sim, é uma das áreas que me atrai, ter o conceito da marca, do cliente, e o tipo de evento, juntar estes três elementos e criar um evento fantástico, seja graficamente como também a nível de organização/produção. A minha primeira experiência com eventos foi ao integrar a produção do Moda ao Lado, evento (concurso de novos criadores) que se realizava em Corroios anualmente, posteriormente a isso produzi toda a linguagem gráfica do Benguela Jazz Festival 2012, voltei a integrar a produção do Moda ao Lado (onde realizava desde a cenografia, materiais de comunicação e performances), a última experiência a nível de eventos tem sido o Lumina Festival da Luz em Cascais, onde no meu departamento desenvolvemos todos os materiais gráficos (e integro equipas criativas para a inauguração do evento, longe vip, concursos, etc.). É sem dúvida uma área que me agrada!
Experiência na área da moda, já tiveste?
A moda é um tema que me interessa, acho fantástico a forma como também com ela conseguimos comunicar. Em 2012 tive oportunidade de colaborar com uma agência de modelos a Just Impress, nessa altura tornei-me scouts (olheiro) deles, e dava também alguma ajuda no styling que escolhíamos para as sessões fotográficas e ajudava na própria produção da sessão.
Posteriormente, com a minha marca, a D’oodles, pude explorar um pouco também as tendências, realizar sessões fotográficas com modelos, escolha de styling, etc.